15/03/2023
Como será a tecnologia nos próximos dez anos

Chief Futurist da Deloitte dividiu as evoluções nos sistemas de interação, informação e computação que devem surgir na próxima década

 

A história do futuro tem relação direta com o passado. A justificativa pode estar enraizada em ciclos de tendências, inspirações tiradas dos grandes acontecimentos ou apenas conhecimento passado de geração em geração que ganhou alguma inovação conforme esse caminho traçado. Fato é que na tecnologia olhar o passado ajuda a entender os pilares que regem seus sistemas e compreender qual pode ser a próxima fase de sua evolução.

Esses insights foram explanados por Mike Bechtel, Chief Futurist da Deloitte, em sua apresentação A Brief History of the Future (“Uma breve história do futuro”, em português). Os pilares essenciais mencionados são: interação, informação e computação. Os sistemas de interação se tornam mais simples a cada evolução, os de informação mais inteligentes e o de computação mais abundantes.

Na parte de interação, nos próximos dez anos Bechtel afirmou que veremos menos telas, o conceito que emergirá é o de ambient experience, ou seja, os sistemas são menores, não necessitam de CPUs, notebooks ou smartphones. Os humanos dependerão mais do auxílio de aparelhos smart e eles serão mais proativos ao responder às demandas do usuário. Ele comparou com uma imagem de ma série de empregados domésticos na série Downton Abbey. “O lord não precisava pedir para que eles preparassem seu jantar. Bastava ele falar ‘Vou jantar’ que os empregados já sabiam o que fazer”, explicou.

Na seara da informação, a inteligência artificial será exponencial, mais criativa, ajudará em problemas complexos como corrigir códigos de programação, entre outros. O executivo ressaltou que não haverá uma supremacia da IA, mas ela será extremamente útil e exemplificou que a Deloitte usou um sistema de inteligência artificial para fazer as artes de seu último relatório. No início, os designers da empresa não gostaram da máquina realizando seu trabalho, mas, posteriormente, perceberam que as produções pelo IA os deixavam mais livres para exercer sua criatividade e tornar seu trabalho melhor.

Já a computação caminhará para ser uma spatial web. Bechtel compara a spatial web com o jogo Pokemon Go, em que os usuários interagiam com o ambiente externo na caça de pokémons através de AR no celular. Outro exemplo foi a de um empresário que contratou drones para formar um QR Code com as luzes à noite e teve grande sucesso no número de downloads.

O futurista dividiu o que espera para um futuro mais distante, mas não se alongou nos conceitos. Segundo ele, os sistemas de interação caminharão para se tornar “brain-computer interfaces”, ou seja, a interação não será dependente de devices portáteis, e sim responderá a demandas do próprio cérebro humano. O sistema de informação será alimentado por general IA, um tipo de inteligência artificial superior ao exponencial. A computação, por sua vez, se tornará quântica.

Thaís Monteiro, via Meio & Mensagem