É obrigação dos agentes desse mercado, profissionais de agências, anunciantes e os próprios influenciadores, uma análise cautelosa desse tipo de comunicação
O Dia das Crianças sempre foi uma data importante para o varejo, trazendo pontos de reflexão para os agentes do mercado publicitário. Na verdade, independentemente da data, toda comunicação de produtos ou serviços voltados para o público infantojuvenil demanda cuidados, sobretudo em um mundo digital de rápida propagação das mensagens e em plena era do marketing de influência.
Não sei se já se depararam com esses perfis, mas há cada vez mais crianças desempenhando o papel de influenciadoras digitais, com pais que se dedicam à produção de conteúdo e monitoramento do perfil. Ou ainda crianças que são as principais estrelas nos perfis dos pais. A criadora de conteúdos digitais Morgana Secco, por exemplo, disparou em popularidade depois que a filha Alice, estrela absoluta de suas publicações, fez uma emotiva propaganda de fim de ano do Itaú ao lado da atriz Fernanda Montenegro.
O fato é que para uma criança na frente das câmeras (cuidada, orientada e amparada pelos pais ou um adulto responsável) emitindo mensagens há sempre outras milhares já com acesso às telas, tablets, computadores e celulares, impactadas por essa comunicação e lidando muitas vezes sozinhas com o desafio sobre-humano de processar tanta informação.
É obrigação dos agentes desse mercado, profissionais de agências, anunciantes e os próprios influenciadores, uma análise cautelosa desse tipo de comunicação.
Os órgãos reguladores do mercado publicitário já estão atentos às novas dinâmicas de propagação e consumo de informação. Como orientação para o marketing de influência de forma geral, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária, o Conar, lançou em 2021 o seu Guia de Publicidade para Influenciadores Digitais e a Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens, a Abral, também disponibilizou no mesmo ano a cartilha Publicidade Responsável com Influenciadores Digitais: o Jeito Certo de se Comunicar.
O Google foi mais direto no assunto comunicação com o público infantil no Guia de Boas Práticas para a Publicidade Online Voltada ao Público Infantil. Entre os pontos, destaco a orientação para que toda publicidade destinada ao público infantil observe a condição da criança e adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Vale lembrar também que uma ótima referência para a boa conduta com relação ao público infantojuvenil é o Instituto Alana.
É importante que todos que trabalham com comunicação tenham bom-senso e cuidado quando precisam se comunicar com crianças.
Via Meio Mensagem